O Fado, expressão artística intrínseca à cultura portuguesa, ecoa os lamentos e anseios de grupos marginalizados, surgindo como uma melodia de consolo em meio às vicissitudes urbanas. Como testemunha da história e das narrativas silenciadas, o festival Fado em Cidades Históricas se propõe a oferecer uma plataforma para o resgate e celebração dessas expressões, e na sua programação, incorpora o inovador Sarau Decolonial de Poesias.
Estes encontros especiais irão acontecer tanto em Petrópolis (19/05) quanto em Ouro Preto (25/05), tornando-se verdadeiros convites a repensar a história da relação entre Brasil e Portugal a partir de uma nova perspectiva.
A mediação será de Nikita Llerena, internacionalista e pesquisadora do Bem Viver. Na primeira edição, participarão Joana Solnado (atriz portuguesa), Jonathan Raymundo (historiador e poeta), Viviane Vasconcelos (professora)e Winona Eveleyn (multiartista). Já na segunda, estarão presentes Julia Elisa (poeta), Cacique Danilo Borum-Kren (pesquisador), Gustavo Souza e Maíra Lana (cantores e compositores).
Um sarau para ressignificar
Num contexto global de reexame e ressignificação das narrativas históricas, o festival Fado em Cidades Históricas se torna um espaço de convergência entre a tradição e a vanguarda, onde a poesia emerge como ferramenta de descolonização do pensamento e da expressão. Este sarau, em particular, transcende os limites convencionais da literatura, visando a ampliar e diversificar as perspectivas, dando voz aos versos dissidentes, aos múltiplos poetas e às visões marginais.
A concepção decolonial que embasa o encontro poético desafia a hegemonia eurocêntrica, propondo uma reflexão sobre a produção intelectual a partir das margens e fronteiras, das histórias locais e das cosmologias dissidentes. O Sarau Decolonial de Poesias se configura como um espaço de resistência e (re)existência, onde as vozes antes silenciadas ecoam em coro, reivindicando seu lugar na tessitura histórica e cultural.
Ao trazer à tona a ancestralidade e a diversidade de vozes, o evento não apenas celebra a riqueza da literatura portuguesa, mas também abre caminho para novas narrativas, enriquecendo o panorama cultural e intelectual. É um convite para um diálogo intercultural e interseccional, onde as fronteiras entre passado e presente, centro e margem, se dissolvem em prol de uma compreensão mais ampla e inclusiva da experiência humana.
Neste encontro de poesia e resistência, o Sarau Decolonial de Poesias promete ser um marco na trajetória do festival Fado em Cidades Históricas, reafirmando o poder transformador da arte e da cultura na construção de um mundo mais justo e equitativo.
Confira o Sarau Decolonial de Poesias no Festival Fado em Cidades Históricas:
Petrópolis – 19 de maio
Ouro Preto – 25 de maio
